O Ter humano é um muro
é um murro
é um burro
É a concordância aceita de que tudo é correto
e discreto
e reto
O pateta é o próprio murmurando baixinho
fininho
tolinho
Toquinho me disse que recordar é viver
e eu vi
que ver
é difícil
Edifícios edificam esse mundo complexo
perplexo
eu fico
Diante toda essa crença
doença
ofensa
Política à frente, vou abrindo minha mente
mas a mente me mente
não fico contente
Que vá pra patente o delírio da morte
a sorte
é o esporte preferido dos cegos
Os egos feridos contaminam o mundo
oriundo
do fundo
de lá do começo, o primeiro tropeço
Você não se lembra
mas eu não me esqueço
-
Não pretendo nada, só caminho sozinho
é assim que me sinto
tudo é tão sucinto
e o que eu pressinto é que o fim se aproxima
e é uma menina
segurando uma rosa
de Hiroshima
-
Pra dançar isso aqui é preciso tão pouco
É só, na verdade, não precisar de nada
fingir-se de mudo
fazer-se de rouco
dizer que eu estudo
negar que sou louco
prezar que sou santo
mentir para todos
quase acreditando
que sou o fulano
que tenho meu plano
que nunca me engano
-
Pois veja bem, meu amigo
eu sou um humano
fingindo que amo
Ah, se você
soubesse por quê
eu entrei pelo cano.
-
(Foto: www.olhares.com)
Em vez de esperar que alguém lhe traga flores, por que não plantar o seu próprio jardim?
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