TEXTANDO VERSOS

Textos diversos de inversos contextos, testes de versos e meros pretextos fazendo de tudo para encher de textura o universo da web. De forma concisa, são apenas loucuras entre linhas de divisa.

28 de out. de 2009

O Que Me Deu?




Em Deus,

Bem lá no meio,

Existe eu.

Patatipatapateta



Nesse sonho de ser grande
Todos os homens são profetas
Das verdades mais distantes
Lá do fundo das entranhas
Entre serras e montanhas
Todos os homens-elefantes
Com suas trombas basculantes
Não são mais do que patetas

(Quadro de Salvador Dali)

Texto na Testa

O mundo está complicado, percebo uma desmotivação nas pessoas, uma certa (ou errada) descrença naquilo que é humano, no que diz respeito ao outro, não vemos o outro como uma possibilidade de criar laços, e sim, criar competição e conflito. Uma pressão paira sobre nossas cabeças como se fôssemos implodidos pelo mundo que nos cerca e que nós mesmos criamos. Fica a pergunta de quem dará o primeiro passo? Quem irá mudar os conceitos incrustados na mente e na personalidade das pessoas? Alguém pode fazer isso?


Aonde a descrença leva milhares de pessoas a acreditarem que são tão minúsculas e incapazes que têm de doar o dinheiro do pão de cada dia, do sustento e moradia, conforto, saúde, lazer e cultura, para terceiros que se intitulam intermediários do poder divino, não se pode esperar liberdade.

Aonde foi que a cultura humana errou para chegar a ponto de a maior riqueza possível entre nós esteja resumida em papéis e seus algarismos impressos?

Onde fica o interesse pelo bem-estar da sociedade? Pelo bom funcionamento da máquina humana? Ficamos na crise.

Os E.U.A. estão em recessão e não é para menos, mais de 8 anos se passaram desde o onze de setembro e a única solução que esta nação encontrou para isso foi iniciar mais guerras, foi gerar mais mortos para si e para as outras nações. Para onde foi o sonho americano de tornar o mundo perfeito à sua forma? Para o lixo, hoje em dia pode ser motivo de vergonha ser estadounidense, e eles lutam contra tudo isso apenas abordando o aspecto econômico da crise.

Não, a crise é humana, de valores, de fé, etc, etc, etc.

Não há espaço para todas as pretensões dos homens, todas as forças em movimento neste exato momento estão em rota de colisão e apenas alguns sobrevivem. Quanto mais se fala em direitos humanos, em união entre as nações, mais sinto que a desconfiança só aumenta.

A culpa de é nossos líderes? Hm... Essa idéia é muito atraente, "Ah, O governo isso... O governo aquilo... os políticos bla-bla-bla..."

Não devíamos ter esquecido que os líderes somos nós mesmos, eu não aceito uma representação não autorizada de mim mesmo, como "povo", pois não sou povo, não preciso ser favorecido com nada, apenas respeitado como ser humano, já que não posso mesmo fugir desta condição.

17 de out. de 2009

Hummm...



Servido um cachorro-quente coreano???

Hummmm...

(Dá até sangue na boca!)

Olho de Peixe



 às vezes eu penso que sai dos seus olhos

o feixe

de raio que controla a onda cerebral

do peixe






eu caio na rede

não tem quem não caia

(fotografia: www.olhares.com)


Vamos comer mais peixe, afinal, é mais saudável, peixes nao têm sentimentos nem liberam endorfinas venenosas na sua carne na hora da morte, como acontece com os bois, bezerros, porcos, carneiros e até cachorros (né...coréia?) e cangurus (né...austrália?). Sem falar que a morte do peixe não é, em si, provocada pela ação do homem, e sim pela falta de oxigênio, simples infortúnio, questão de habitat natural. Muito mais digno, não? 
Gente, dignidade já!!!


Mais uns dias estaremos comendo carne de gambás...
...no "fat"-food ainda

16 de out. de 2009

"O Trabalho Liberta"


Nazi, é o que penso do mundo
Náuseas, é o que sinto aqui dentro
Dentro, é como me encontro sedento
Sede, é o que sinto de vida
-
De humanidade, pelo menos o máximo
Vamos lá, levantem-se, moribundos
Corram atrás de suas almas
Mas calma
Onde vão com tanta pressa
Fila
Não estejam certos de nada
-
Fadas
Contos e sonhos
Acreditem, mesmo se não puderem
Não possam
Não esperem poder
Não possuam
A posse há de os possuir, aos poucos
Não profetizem
O profeta morreu
Nem concretizem
Matéria é mentira
Viva
Viva!
Morra
Porra!!!
-
Aonde vai com ainda mais pressa?
O bonde da vida não cobra passagem
Passe
Quem te impede é você mesmo
O medo que você sente de você
A não conformação
O conformismo de ser indiferente
Com você
-
Por que?
Se ainda há oxigênio, respire
Não se preocupe se irá acabar
Vai acabar
E a vida
Oxidada pela sua miséria
Passa
E você nem nota

-

(Foto: www.olhares.com)


15 de out. de 2009

Encanado



O Ter humano é um muro
é um murro
é um burro
É a concordância aceita de que tudo é correto
e discreto
e reto
O pateta é o próprio murmurando baixinho
fininho
tolinho
Toquinho me disse que recordar é viver
e eu vi
que ver
é difícil
Edifícios edificam esse mundo complexo
perplexo
eu fico
Diante toda essa crença
doença
ofensa
Política à frente, vou abrindo minha mente
mas a mente me mente
não fico contente
Que vá pra patente o delírio da morte
a sorte
é o esporte preferido dos cegos
Os egos feridos contaminam o mundo
oriundo
do fundo
de lá do começo, o primeiro tropeço
Você não se lembra
mas eu não me esqueço
-

Não pretendo nada, só caminho sozinho
é assim que me sinto
tudo é tão sucinto
e o que eu pressinto é que o fim se aproxima
e é uma menina
segurando uma rosa
de Hiroshima
-

Pra dançar isso aqui é preciso tão pouco
É só, na verdade, não precisar de nada
fingir-se de mudo
fazer-se de rouco
dizer que eu estudo
negar que sou louco
prezar que sou santo
mentir para todos
quase acreditando
que sou o fulano
que tenho meu plano
que nunca me engano
-

Pois veja bem, meu amigo
eu sou um humano
fingindo que amo
Ah, se você
soubesse por quê
eu entrei pelo cano.
-

(Foto: www.olhares.com)

8 de set. de 2009

Desejo

Desejo
Crescente desejo
Os beijos se molham
Rapidamente se espalham
Pelo corpo inteiro
-
Até o fim do desejo
O organismo, o espasmo
A tensão em direção a um fim
A satisfação
O orgasmo

(Foto: www.olhares.com)

Gripe A (H1N1)

 
ESCLARECIMENTO AO CIDADÃO SOBRE A INFLUENZA A (H1N1) - GRIPE SUÍNA
-
 Quais são os sintomas da nova gripe?
O sintoma predominante é o medo de morrer, que pode vir acompanhado de outros sintomas comuns, como a insegurança, desconfiança, falta de ânimo e atrofia cardíaca.
-
Como se prevenir?
Fique em casa, feche as janelas, mas não totalmente, é importante que haja um pouco de circulação de ar, não estabeleça contato com ninguém, não abraçe, não beije, não cumprimente as pessoas. Caso não seja possível não cumprimentá-las, compre um frasco de álcool em gel e se desinfete.
 -
Como é feito o tratamento?
O tratamento é feito com um remédio específico, importado dos Estados Unidos da América.
-
Como é feito o pagamento?
O pagamento pode ser feito por boleto bancário, cheque ou débito automático no cartão. Pode ser parcelado em até 10 vezes.
 -
O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: A democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo!
-
(fotografia: www.olhares.com)

7 de set. de 2009

Mundo Cão

Este mundo não me surpreende
Nunca mais ficarei surpreso
Homens que matam, homens que prendem
Ambos são livres e ambos são presos
-
Ouço no rádio notícias fedidas
Não me incomodo, o cheiro eu aguento
Balanço a cabeça, sigo na vida
Pra cima e pra baixo, ritmo lento
-
A noite reservo o prazer da risada
A televisão sempre é engraçada
Quando todos procuram ter algo de bom
Vem ela e me prova: você não tem nada!
-
Gargalho no chão e me rolo de rir
Tanta diversão faz meu sangue subir
Cogito um escarro, quem sabe, queimá-la
Pelo sim, pelo não, melhor assistir 
-
(Fotografia: www.olhares.com)

4 de set. de 2009

A ti, meu bem, meus beijos...

Você me faz correr demais
Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto,
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar

Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos nem objetivos
Estamos vivos e isto é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway

Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo desta estrada
Olhe só! Veja você
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E, à noite, eu acordava banhado em suor

Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que já sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da infinita highway

Escute garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota: "Será a estrada uma prisão?"
Eu acho que sim, você finge que não
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre
Se tanta gente vive sem ter como viver

Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos sem motivos
Mas que motivos temos pra estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entre linhas do horizonte
Desta highway(?) Silenciosa highway

"Eu vejo um horizonte trêmulo
Tenho os olhos úmidos"
"Eu posso estar completamente enganado
Posso estar correndo pro lado errado"
Mas "A dúvida é o preço da pureza"
É inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo "Não corra"
"Não morra", "Não fume"
"Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes"

Minha vida é tao confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute garota, façamos um trato:
"Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato"
Eu posso ser um Bealte
Um beatnik, ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado
Por isso garota façamos um pacto:
"Não usar a highway pra causar impacto"

Cento e dez
Cento e vinte
Cento e sessenta
Só pra ver até quando
O motor aguenta
Na boca, em vez de um beijo,
Um chiclet de menta
E a sombra de um sorriso que eu deixei
Numa das curvas da highway
(Engenheiros do Hawaii)

As últimas coisas da história

 
Quando será que o homem
Vai parar de fazer as primeiras
Para fazer as últimas coisas da história?
Considere a fome, por exemplo
Quem sabe, a ignorância
A falha do conhecimento humano
Que se foda o conhecimento!
Toda essa teoria encardida para me explicar
O que é o mundo, o que é a vida, o que é a merda
Toda essa preocupação com o nosso futuro
Alimento
Moradia
Contas
Impostos
Currículo
Ridículo ser

Antes de tudo, foda-se a mídia
Fode-me todo dia com publicidade
Venha conferir!
Só hoje!
Não perca!
Venha se foder conosco!

Chulo mundo
intragável, às vezes
por 10 reais compro um pacote de arroz
arroz que dá na Terra que não cobra
não cobra porque, esperta,
quer que, a cada dia, nos endividemos mais
e então virá a bomba
o dia D, a hora H

Enfim,
com 10 reais comprei um pacote de arroz
qual será o preço do amor? 
-
(Fotografia: www.olhares.com)

3 de set. de 2009

Aos Ventos da Loucura


A lembrança de um beijo
Numa tarde de outono
Me prova que ela roubou
Algo mais do que meu sono
-
Foi no alto de um penhasco
Expostos ao som do vento
Encostados no meu carro
Nosso encontro mais sedento
-
Nós ouvimos nossos rock's
Com a música bem alta
Ela, então, sorri pra mim
Assim nada mais me falta
-
Depoir corremos para longe
Pneus cantando e nós também
Nossos olhos se fitando
Desejando incerto além
-
Nunca fomos passageiros
Dessa vida combustível
E, sim, movidos pelo anseio
De viver tudo possível
-
As estradas eram sonhos
E nossos sonhos eram juntos
Mas numa curva nós perdemos
Separaram nossos mundos
-
Como um pássaro, ela voa
A sua boca não responde
Então pergunto a mim mesmo
Ela vôou pra onde?
-
O que restou foi o silêncio
E o seu cântico cortante
Torturando a minha alma
Num volume inconstante
-
Estou no alto do penhasco
Na umidade do relento
Escrevendo poesias
Entregando-as ao vento
-
Mas diante da certeza
De que não sou mais ninguém
Eu reato nossos mundos
E entrego-me também

2 de set. de 2009

Romaria

 
 Amor
Roma
Inversão romântica
e semântica...
-
(Fotografia: www.olhares.com)

1 de set. de 2009

Aborto Amniótico

Quando nasci, estava morto
Estava sóbrio
Estava sombrio e mórbido
O cio
Estava vazio e sórdido
Solvido em ódio
Dançando no ácido
Soluçando
-
Quando nasci, estava lento
Estava sendo aliciado
Levado pelo vento
Leve
Estava pesado e ardendo
Nas chamas do ressentimento
Rezando no cemitério
Frio e sério
-
Quando nasci, estava perdido
Desvairado na vertigem
À margem do perigo
Escondido
Estava na ponta da agulha
Incinerado no carvão
Indeciso e violado
Incisão
-
Quando nasci, a nuvem chovia
Gotas áridas demais
Para molhar quem já morria
E não sentia
Em imagens oníricas
Impressões sonoras
Suaves e Líricas
Me perdia
-
Eu, que não entendia,
Por que, no escuro, morreu o dia
E, na lucidez que o compunha
Fui morto a dentes e unhas
Eu não lutava
Eu era o luto
-
Antes, haveria de nascer de novo
A matéria que temia não ser a minha
Desentendido do que vinha primeiro
O ovo
Ou a galinha?
-
Na câmara secreta do coração
Dormia um sonho livre e puro
Gabriel guiava os anjos da legião
Guerreiros de luzes ofuscantes
Sucumbindo
No escuro
-
E eu, que me fiz de indiferente
Não era gente
Era o bicho-do-mato das caçadas
Morto
Eu era o rato experimentado
A experiência sexual de mães drogadas
O aborto
Legalizado!

(Fotografia: www.olhares.com)

28 de ago. de 2009

Plenitude

 
 
"Em pleno século 21..." Muitas frases começaram, muitas frases começam, muitas frases começarão assim. Será que somos escravos do tempo? Será que o tempo é que nos diz o quanto nós avançamos? Porque se for assim, pode vir o século 22, o século 25, o século 100, que a humanidade sempre estará presa e nunca alcançará a plenitude.
-
Pleno. Adj. 1. Cheio, repleto. 2. Completo, absoluto. 3. Perfeito, Acabado.
E viva os calendários !!! 
-
(Fotografia: www.olhares.com)

27 de ago. de 2009

Saliva

Engula sua saliva
Sinta o seu gosto
Este é o céu da sua boca
O fel composto de carbono
Orgânico e orgiástico
O suco gástrico do estômago
O âmago da sua essência
A mais pura consonância
Entre o doce e o amargo
Mergulhe!

(Fotografia: www.olhares.com)

26 de ago. de 2009

Olhos Blindados



Na noite distante dos olhos blindados
Indago-me cego ao prazer de um cigarro
Prendendo palavras, sonhando acordado
Acordo do sonho e liberto o pigarro

A bordo da nave me levo ao meu quarto
O bater do relógio me lembra meu tempo
Diante da vida, sinto-me farto
Fartura de idéias escassas que prendo

O timbre da voz que não falo é agudo
Agora pretendo fazer-me de mudo
Grampeio conceitos na cuca vazia
Uma incrível idéia, viver todo dia

Excreto os sonhos senis de mancebo
Escrutino os votos que, a mim, foram dados
Ato impensado, embrião que concebo
Um passo adiante ou viver de passado?

Cegante é a luz que agora eu enxergo
Dirijo meus pés sem saber onde piso
Sentido da vida, a ti, me envergo
Sou capaz de amar, que mais eu preciso?

(Fotografia: www.olhares.com)